O Brasil é algo que não deve ser levado a sério. Devido à falta de pudor da Ciccarelli, o acesso ao YouTube está bloqueado. Isso mesmo: porque a beiçuda transou com o namorado em uma praia PÚBLICA da Espanha, nós, que não temos nada a ver com isso - acho ela meio deprimente, na verdade - não podemos mais assistir a vídeos, algumas pessoas talvez até estejam perdendo dinheiro. Depois que o cachaceiro maior da nação expulsou um jornalista e que decisões ridículas envolvendo a internet proliferaram-se, ficou explícito que democracia e liberdade de expressão são conceitos ajustados conforme as intenções daqueles maloqueiros torturados na ditadura.
E isso que um gaiato qualquer filmou a performance na praia - ninguém escondeu-se dentro de um armário ou na mala de um carro -, mas isso é o que menos importa. O que realmente deve ser lamentado é que apenas em um país vagabundo e fedido como o Brasil pode haver uma decisão judicial desse tipo. Fosse em uma terra civilizada, o juiz simplesmente diria: "ok, garotinha, vai pra casa, pára de atormentar e da próxima vez paga um motel".
Mas o que realmente me deixa perplexo é a modorra e parcimônia com que o assunto é tratado pela imprensa. "O YouTube foi bloqueado", afirmam, como quem diz "João mata Pedro na novela de hoje". Nesses momentos, tenho sonhos megalomaníacos de ser um grande e excêntrico empresário das comunicações, cheio de grana e armado com advogados malandros, para ficar passando o vídeo da transa da Ciccarelli em tempo integral, da manhã até a noite, enquanto durasse o bloqueio. Só pelo gritedo. Ou pela liberdade de expressão. Ou pelo controle de natalidade, sei lá.
Ah, o
vídeo.