Aproveitem

Hoje vou em busca de um porco no rolete.

Acaba, demônio

Ainda faltam alguns dias, mas já quero considerar este ano acabado. Mais que isso, agradeço de coração por conseguir terminá-lo vivo. Senão, vejamos o que me faz considerar esse período um dos piores do meu quarto de século.

Comecemos pelas coisas boas, que são poucas, portanto mais fáceis de elencar:

1. Acabei a faculdade.
2. Aline.
3. Amigos - todos vivos, apesar de bêbados.
4. Inter na Libertadores 2006.
5. Descobri integralmente os prazeres do chopp.

Agora vamos à infindável lista de desgraças e provações que 2005 me colocou no colo:

1. Acabei a faculdade.
2. Estou desempregado e sem fonte de renda.
3. Meu carro foi roubado enquanto eu estava descobrindo integralmente os prazeres do chopp.
4. Acharam o carro depenado e fui submetido a todas as formas de inconveniência burocrática.
5. Duas semanas depois de sair da chapeação, uma mulher histérica bateu na porta do carona, disse que ia pagar e não pagou.
6. Fui assaltado à mão armada em frente à casa da Aline, quando fui ameaçado por longos minutos com um revólver 38 no nariz por dois maloqueiros cheirando à cola e trago. Carro novamente roubado.
7. Achei o carro quando voltava para casa e levei-o comigo, totalmente depenado. No dia seguinte, fui à delegacia resolver a ronha e suspeitaram que EU houvesse roubado meu carro e escondido, sabe-se lá por que.
8. Não li o quanto eu gostaria.
9. Não fui ao cinema o quanto gostaria.
10. Clemer.
11. O melhor time do Inter em 20 anos é tirado criminosamente da liderança do campeonato. Depois, é assaltado, estuprado, ameaçado e coagido. O título é entregue com loas e sem merecimento a criminosos russos.
12. Estou surdo do ouvido esquerdo - certamente o mais próximo que chegarei de Ludwig Beethoven.
13. Meu vizinho comprou um megafone. E parece estar se divertindo.

ho ho ho

O Carcamano deseja um feliz Natal aos três leitores que visitam este blog irregular. Na foto, eu sou aquele lá no fundo, dentro d'água.

Quem disse que as ideologias acabaram?

O Valmirismo é uma doutrina filosófica criada em 1979, que apenas admite e divulga o Bem. E nós entendemos que o Bem, é tudo aquilo diferente ou o contrario de todo o Mal.

Quanto mais fizermos o Bem, mais estaremos valorizando a nossa vida e acumulando bens espirituais que, plantados no presente, darão muitos frutos no futuro. [enviado pelo notorious Bruno]

Não deixem de ir no link Conheça o Comendador.

Steve McQueen

Saddam planejava usar moto para escapar de soldados americanos

Minutos antes de ser capturado em 2003, o ex-ditador iraquiano Saddam Hussein pretendia usar uma moto para escapar dos soldados americanos.

Segundo o ex-secretário de Justiça dos EUA Ramsey Clark, 78, que passou a integrar a equipe de defesa do ex-ditador no mês passado e atuou como seu porta-voz na entrevista publicada pelo "Sun", a moto deveria ter sido preparada por um dos colaboradores de Saddam. Mas, diferentemente do planejado, no momento da prisão não havia moto e o dono do casebre [onde Saddam estava] havia "desaparecido".

Clark afirmou ao jornal que Saddam "tentou sair do túnel [para pegar a moto] mas não teve tempo de fugir. Quando ele conseguiu sair do buraco, havia soldados por toda parte. Foi quando percebeu que fora traído".

Russo ao amanhecer

Absolutamente tudo está com gosto de chopp. O cigarro, a água e até o bife ficou com gosto de chopp. Estou surdo do ouvido esquerdo.

Se eu OLHAR para um caneco de 500 ml vou começar a derreter.

Agora dá licença que eu vou ali deitar e recitar sonetos.

Clímax

Suspeito que o Buick chegou ao orgasmo. Parágrafos inteiros em negrito.

Primeira estrela

Há 30 anos, o Inter conquistava o primeiro título brasileiro para os gaúchos. Outra época, outro estilo de jogo. Considerado por muitos o maior time de futebol da década de 1970, os colorados aliavam força à técnica apurada de seus atletas. Foi a primeira equipe a usar a linha de impedimento no Brasil. Na foto, Figueroa salta mais que todos para anotar o chamado "gol iluminado". Nesse mesmo jogo ele quebrou o nariz do centroavante Palhinha com dois cotovelaços.

Ficha do jogo:
Inter 1 x 0 Cruzeiro
Data - 14 dezembro de 1975, no Beira-Rio
Internacional: Manga; Valdir, Figueroa, Hermínio, Chico Fraga; Caçapava, Falcão, Carpegiani ; Valdomiro (Jair), Flávio e Lula. Técnico: Rubens Minelli.
Cruzeiro: Raul; Nelinho, Darci Menezes, Morais, Isidoro; Piazza, Zé Carlos, Eduardo; Roberto Batata, Palhinha e Joãozinho. Técnico: Zezé Moreira.
Gol: Figueroa (11, 2º tempo)
Árbitro: Dulcídio Wanderlei Boschila

Trincando os dentes

Índios colombianos lançam refrigerante polêmico

Você beberia? Como parte de uma campanha para melhorar a imagem da coca, índios nasa do sul da Colômbia lançaram um refrigerante feito com a folha da planta - da qual é também é extraída uma das drogas mais nocivas, a cocaína. Segundo o empresário nasa David Curtidor, a idéia é também competir com as "bebidas multinacionais do Império" (uma referência aos Estados Unidos). A coca, mascada ou usada em chás, é um cultivo tradicional no Peru, no Equador, na Bolívia e na Colômbia.

Observe com carinho as partículas buickeanas em negrito. Essa poderia estar aqui.

Cego, surdo, louco e morto

Morre nos EUA o comediante Richard Pryor

Vesga

Existe uma boneca da Deborah Secco.

E não é inflável.

A cartilha de Svensson

12 de maio de 1971 é uma data histórica para stockholamre, de profunda significação democrática. Técnicos em urbanização tentaram executar naquele dia uma decisão tomada após meses de planejamento: serrar quatro olmos centenários do Kungsträdgarden (Jardim do Rei) para construir uma estação de metrô. Mal chegaram os operários encarregados do trabalho na praça, alguns freqüentadores impediram o "ato criminoso" e reuniram imediatamente, através de contatos telefônicos, uma pequena multidão. A polícia tentou intervir, inutilmente. Os estocolmenses permaneceram alguns dias em vigília cívica, fizeram fogueiras e compuseram canções. A terminal de metrô foi esquecida, árvore alguma foi derrubada. A partir do incidente foi elaborada uma peça teatral, gravou-se um long play e um jornal foi criado, Almbladet, A Folha do Olmo. Os contestatários insurgiam-se contra os "abusos da tirania". Algumas frases de Almbladet:

"A luta pelos olmos é também uma luta por uma democracia mais autêntica."

"Serrar os olmos teria sido democrático? A salvação dos olmos foi uma vitória da democracia."

[Janer Cristaldo, Paraíso Sexual Democrata. "Batalha no Jardim do Rei". Rio de Janeiro, Companhia Editora Americana, 1973]

Janer Cristaldo mostra como os suecos médios expunham sua civilidade na década de 1970. Um Estado de, digamos, ditadura hippie, onde o sexo era ensinado para crianças de 7 anos, com a advertência não era exatamente indicado que houvesse envolvimento emocional. Ao longo do livro, Cristaldo desmonta com deleite o mito da Suécia paradisíaca.

Tetra

Inter Campeão Brasileiro de 2005 no campo.

Professor Gaivota

'Servimos vinho em nossas leituras, e é só por isso que ele comparece. Às vezes insiste em ler poemas bobos de sua autoria, e é irritante. Em nossa Noite de Poesia Religiosa, pediu licença para recitar um poema que escrevera, intitulado 'Minha Religião'. Eu lhe disse para ir em frente, e ele recitou o seguinte:

'No inverno sou budista,
E no verão sou nudista.'

'E em nossa Noite de Poesia da Natureza ele implorou para declamar uns versos de seu poema 'A gaivota'. Dei-lhe permissão, e ele saltou da cadeira e começou a sacudir os braços, a pular e a gritar : 'Scriic! Scriic! Scriic!'. Foi desconcertante. Somos poetas e não aprovamos esse tipo de comportamento.'

[Francis Lambert McCruden, presidente do Círculo de Poesia Raven, na década de 1940, em Nova York, reclamando das declamações do mendigo literato Joe Gould, no livro O Segredo de Joe Gould, de Joseph Mitchel]

O segredo de Joe Gould é considerada uma das melhores reportagens do século XX e uma das obras-primas de Mitchel, junto com O professor Gaivota, perfil sobre o mesmo personagem. O livro virou filme em Crônica de uma certa Nova York.

Gould era um velho yanque que, após travar contato com Mitchel, nunca mais deixou de atordoá-lo, indo todos os dias à redação da The New Yorker para falar durante três horas seguidas, durante uns cinco anos. Mitchel acompanhou o velhote por quase duas décadas e só publicou a história em 1964, sete anos após a morte dele.

Gould comportava-se de maneira quixotesca pelas ruas do Greenwich Village, bairro boêmio de Nova York. Entrava em bares e pedia um ovo frito para esvaziar em cima dele todos os potes de catchup que haviam a seu alcance. Dessa forma, tinha uma refeição de graça. Em determinado ponto do livro, Gould declara: "Sofro de delírio de grandeza. Acho que sou Joe Gould."

Depois d'O Segredo de Joe Gould, Mitchel nunca mais escreveu nada. Ao ler o livro percebe-se por que. Ele morreu em 1996.

Mais vulnerável

Eu juro que ouvi isso na rede obrigatória de rádio em que o Saraiva Felipe falou sobre os avanços do Brasil no combate à Aids:

Os casos de Aids vêm aumentando entre a parcela mais pobre da população, onde a maioria das pessoas é negra, portanto mais vulnerável.

Então tá. Vou ali aproveitar minha condição de branco, logo, segundo o governo, menos vulnerável.

Estudo de campo

A grande diferença entre os alunos da Famecos e os da Fabico é que os primeiros gastam alguns minutos em frente ao espelho do banheiro para arrumar o cabelo, pois temem que o vice-governador encontre-os descabelados pelos corredores. Enquanto isso, os alunos da faculdade pública, no seu ÍMPETO DE SER COOL, demoram esses mesmos instantes para desarrumar cuidadosamente as melenas.

No CAMPO DA MORAL, ambos os tipos devem ser condenados.