Seleção beija taça "batizada" para argentinosDia 24 de julho de 2004, véspera da decisão da Copa América disputada no Peru. Sábado à noite. Duas equipes de televisão marcam um jantar regado à cerveja num quarto de hotel em Lima. Junto com os oito profissionais estava a taça que seria entregue no dia seguinte à seleção que vencesse a final: Brasil ou Argentina.
O objeto foi emprestado para que as duas equipes fizessem imagens dele para vinhetas que seriam usadas na tarde seguinte.
Os argentinos chegaram à disputa do título depois de baterem o Peru e a Colômbia. Estavam entrosados. Por isso, ganharam status de favoritos.
Pelo menos, esta foi a análise feita pelos profissionais brasileiros -pré e pós cervejada - que na noite do sábado comemoraram o final da cobertura. Muita cerveja depois, no quarto, ficaram olhando para a Copa América, a taça.
De um dos nacionais partiu a idéia:
- Já que os caras vão ganhar mesmo, por que não batizamos esta taça?
A adesão foi geral. E exagerada, para dizer o mínimo. Escatológica, inaceitável para quem se escandalizou com a suposta cusparada de Tevez na garrafa d´água entregue ao técnico Parreira antes do jogo pelas eliminatórias em Buenos Aires.
Uns abaixaram as calças e passearam com a genitália pelo troféu. Longos passeios, performances variadas. A foto aqui publicada, uma entre elas, mostra o início da sessão.
Outros preferiram variar, e a taça andou de nádegas em nádegas, para dizer o mínimo. Cusparadas - endereçadas ao capitão argentino que ergueria a Copa América - também fizeram parte do ritual.
Na decisão por pênaltis, o Brasil ganhou por 4 a 2. Os jogadores da amarelinha foram à loucura. Campeões quando ninguém esperava. Eufóricos, esperaram a cerimônia da entrega das medalhas. Cada um recebeu a sua. Aí foi a vez do presidente da Confederação Sul-Americana, Nicolas Leoz, entregar o objeto de desejo da moçada.
Brasileiro faz tudo errado, sempre. E a imprensa esportiva daqui não cansa de mostrar seu desprezo pelo futebol sul-americano, enquanto passa o ano inteiro puxando o saco dos europeus. Impedimento continua sendo a única saída válida.