Thursday, February 23, 2006

Cabeza de Vaca

Na Pinheira, todos os hippies são negros. Eu afastava-os com um chicote. Eles fugiam, cantando músicas de Luanda.

Nos últimos cinco anos, fui seis vezes para a Pinheira. Tudo continua agradavelmente igual, exceto pelo acréscimo de duas lan houses. Também aumentou o número de argentinos, que, assustados com os recentes assaltos em Garopaba, ali refugiaram-se com suas alpargatas e calções xadrezes.

Tuesday, February 21, 2006

Thursday, February 09, 2006

Roadhouse blues

Vou ficar fora uns dias. Aproveitem.
Tomem um trago e dancem pelas ruas.

Wednesday, February 08, 2006

Onde otário nasce morto

Um samba

E foi uma dança louca
de o povo todo rosnar,
começou com dona Chica
deslocando as ancas
pra lá e pra cá.

Cachorro, bêbado e até morto
rindo até a língua enrolar.
Foi uma algazarra de endireitar
o pau que era torto, parecia
que nunca mais o dia ia chegar.

Era gemido no teto, no mato,
ninguém parava pra escutar.
Brasa nos olhos, ferro de marcar,
uma noite louca de um tempo exato,
tempo de nunca mais recordar.

A idéia é que o Menezes faça uma música para a letra. Depois, tomaremos de assalto TODOS OS TEATROS da cidade.

Monday, February 06, 2006

Ovejas


Charge do jornal argentino Página 12, aludindo ao escândalo sexual que envolve clérigos do país.

Ei, Laudrup, vai tomar no cu!

Irã corta laços comerciais com Dinamarca em repúdio a charges

"O ministro iraquiano do Comércio, Massoud Mirkazemi, informou que, a partir de amanhã, todos os produtos dinamarqueses serão barrados na alfândega do país. O Irã importa anualmente cerca de US$ 280 milhões em bens da Dinamarca.

No Oriente Médio foram feitas ameaças no último final de semana contra a Dinamarca, queimadas bandeiras do país escandinavo e está sendo realizada uma campanha de boicote aos produtos dinamarqueses.

Dezenas de comerciantes palestinos da rua Saladino, de Jerusalém Oriental, colocaram na entrada de suas lojas bandeiras dinamarquesas para serem usadas como capachos para limpar os pés em protesto contra a publicação das caricaturas do profeta Muhammad."

Não sei o que é mais bizarro nessa história toda, se o fato de a Dinamarca estar causando um conflito ou os chiliques dos europeus pedindo que os governos pressionem os meios de comunicação. Classifico tudo isso como patético, embora não deixe de perceber doses explícitas de humor. E não consigo discordar muito do que afirma o Janer Cristaldo no post do qual extraí os trechos abaixo:

"Em vez de protestar contra os jornais, os muçulmanos queimam bandeiras e embaixadas dos países envolvidos na affaire. Dirigem-se não aos jornalistas, mas aos Estados. Para um muçulmano, é óbvio que todo Estado tem controle da imprensa. Esta é a norma nas teocracias árabes, onde não há liberdade alguma de expressão. Estes senhores precisarão de mais alguns séculos para entender que, em países democráticos, a imprensa é uma instituição que limita inclusive os desmandos do Estado.

Que a religião islâmica proíba imagens de Maomé, nada temos contra. Mas não venham estes cortadores de clitóris pretender que países não islâmicos proíbam a seus jornais, enciclopédias e bibliotecas publicar as ditas imagens. Os alaridos do mundo árabe não passam de mera farsa. Que acesso têm à imprensa habitantes de um universo majoritariamente analfabeto? Que acesso tem o mundo árabe a dois jornais da Escandinávia? A onda de protestos não passa de uma agressão planejada à Europa, fruto do ressentimento de habitantes e imigrantes do Terceiro Mundo muçulmano."

Friday, February 03, 2006

Argentinas um pau-de-arara?

"Os talões de cheques eram os 'troféus de guerra' mais cobiçados. Inúmeras famílias de desaparecidos foram procuradas, nas semanas seguintes aos seus seqüestros, por comerciantes que tentavam resgatar polpudos cheques sem fundos. Outras tiveram suspresas ainda mais amargas. Tornou-se praxe nas sessões de tortura os oficiais e sub-oficiais obrigarem suas vítimas, sob promessas ou ameaças, a assinar transferências de saldos bancários e de cadernetas de poupança para as contas dos algozes. Houve inúmeros casos também de transferências forçadas de carros e imóveis. Pelo menos um comissários de polícia foi identificado no Tribunal como tendo arrebanhado em seu nome vinte casas com esse método. Em 1978, três conhecidos torturadores da Escola de Mecânica da Marinha, liderados pelo capitão-de-corveta Jorge Eduardo Acosta, chegaram a abrir uma empresa imobiliária no bairro de Belgrano, zona de classe média de Buenos Aires, para vender propriedades tomadas a seqüestrados que foram em seguida assassinados.

Outor efeito do sistema criminoso em vigor na Argentina foi a formação de quadros para a delinqüência comum. Durante o julgamento dos generais, o advogado do ex-presidente Jorge Videla, Carlos Tavares, tentou impugnar o testemunho de um ex-agente da Polícia, Armando Luchina, argumentando que ele havia sido processado recentemente por roubos de carros. Luchinam então, pediu a palavra e explicou aos juízes que aprendera a roubar carros num curso dado na sede da Polícia Federal:

- Noventa por cento dos seqüestros eram feitos com carros roubados - explicou o policial."

[A noite dos generais - Os bastidores do terror militar na Argentina. José Meirelles Passos. Editora Brasiliense, 1986.]

Nem ditadura brasileiro faz direito. Também não sabe rebelar-se contra regimes totalitários. Na Argentina, o quartelaço foi muito mais absurdo e violento, e, mesmo assim, durou apenas oito anos. Os mandantes foram todos julgados e punidos. Obviamente, porém, o espírito maloqueiro dos militares esteve presente, como o trecho comprova.

Remember the king










Apenas pra começar bem a sexta-feira.