Quando tinha uns 11 anos, soube que era um maloqueiro quando entrei numa loja de artigos esportivos e perguntei quando custava aquelas "bolas de taco", referindo-me aos objetos esféricos geralmente usados para jogar TÊNIS.
Percebi que estava afastado da marginalidade quando dei meu primeiro R$ 1,00 para um
flanelinha. Tudo bem, eu tinha um CHEVETTE, mas era um carro. Bom carro, aliás. Nunca me tentaram roubar, às vezes até saíam do meu caminho.
Mas eu nunca fiquei tão feliz como quando, dias atrás, encerrei minha poupança no
Banrisul, esse cemitério de dinheiro, eterno horror de filas e desmandos. A conta e uma grana foram presentes dos meus pais há uns 17 anos.
A guria que me entendeu era tão despreparada (ou racional demais, vá saber) que ajudou a promover o seguinte diálogo, com desfecho bem mais agradável e rápido do que eu imaginava:
Eu: -Quero encerrar minha conta.
Guria do Banrisul: -Tudo bem, assina aqui.
Nenhuma tentativa de não perder o cliente, nenhum interesse em saber os motivos. Foi uma das raras vezes em que o banco me deixou plenamente satisfeito.
Acho que agora, sem conta no Banrisul, já posso me considerar gente grande. hsgrs