Não te meto a faca de nojo
Por volta de 1894, eram abundantes os salões de dança populares na cidade de Nova York. Eastman foi o encarregado de um deles, para manter a ordem. A lenda conta que o empresário não o quis atender e que Monk demonstrou sua sagacidade demolindo com fragor o par de gigantes que detinha o emprego. Exerceu-o até 1899, temido e só.
Para cada pendenciador que serenava, fazia com a faca uma marca na maça brutal. Certa noite, uma calva resplandecente que reclinava sobre um bock de cerveja chamou-lhe a atenção, e a fez desmaiar com uma pancada. "Faltava-me uma marca para cinqüenta!", exclamou depois.
[Jorge Luis Borges, História Universal da Infâmia, O provedor de iniqüidades Monk Eastman. Editora Globo, 2001]
Muito boa essa coletânea de textos que o castelhano europeu escreveu para o suplemento Revista Multicolor de los Sábados do jornal Crítica, entre 1933 e 1934. Borges reinventa casos conhecidos de crimes, assassinatos, roubos, mentiras e similares. Isso foi antes de suas obras mais famosas, como Ficções e O Aleph, portanto os textos ainda não carregam a responsabilidade de um escritor consagrado, mas apenas a vontade intelectual de tripudiar da humanidade.
Embora todas as histórias mereçam ser lidas, O provedor de iniqüidades Monk Eastman, que fala de um dos maiores criminosos de Nova York, Homem da esquina rosada e O assassino desinteressado Bill Harrigan, na qual são narradas façanhas de Billy the Kid, são imperdíveis.
Para cada pendenciador que serenava, fazia com a faca uma marca na maça brutal. Certa noite, uma calva resplandecente que reclinava sobre um bock de cerveja chamou-lhe a atenção, e a fez desmaiar com uma pancada. "Faltava-me uma marca para cinqüenta!", exclamou depois.
[Jorge Luis Borges, História Universal da Infâmia, O provedor de iniqüidades Monk Eastman. Editora Globo, 2001]
Muito boa essa coletânea de textos que o castelhano europeu escreveu para o suplemento Revista Multicolor de los Sábados do jornal Crítica, entre 1933 e 1934. Borges reinventa casos conhecidos de crimes, assassinatos, roubos, mentiras e similares. Isso foi antes de suas obras mais famosas, como Ficções e O Aleph, portanto os textos ainda não carregam a responsabilidade de um escritor consagrado, mas apenas a vontade intelectual de tripudiar da humanidade.
Embora todas as histórias mereçam ser lidas, O provedor de iniqüidades Monk Eastman, que fala de um dos maiores criminosos de Nova York, Homem da esquina rosada e O assassino desinteressado Bill Harrigan, na qual são narradas façanhas de Billy the Kid, são imperdíveis.
1 Comments:
Já li umas cinco vezes. Prefiro os infames orientais.
Hermano
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