Monday, August 13, 2007

Quase manchete

Domingo à noite, por volta das 23 horas, estava eu dirigindo pela Osvaldo Aranha, quase deserta. Perto da Redenção, três pessoas iniciam os movimentos indicativos de que pretendem atravessar a avenida. Eu venho a 60 por hora, a uma distância segura, mais de 100 metros. As duas primeiras pessoas atravessam a rua, mas uma terceira resolve parar. Eu reduzo a velocidade, mas continuo me aproximando. O cara movimenta-se como se fosse voltra e eu desvio o carro para a pista da esquerda. Mas o desgraçado volta e se lança para a frente, começando a gingar na frente da massa de metal. Apavorado, não sei o que fazer. Foi tudo muito rápido, não dava tempo de parar. Tenho medo de escolher o lado errado - o mesmo que o palhaço - e acontecer o pior. Quando o carro chega bastante perto, o cara salta fora. O pavor extremo me dá uma pontada na cabeça.

De todas as situações que já enfrentei envolvendo trânsito e carros, esta talvez tenha sido a mais traumática. Mais do que quando uma moto se jogou na minha porta a 80 por hora, acho que pior do que quando um drogado do inferno me enfiou um 38 na cara numa distância que me permitia enxergar as balas no tambor. Porque o abobado se colocou na frente do carro, gingando, pedindo para ser esmagado, mesmo contra a vontade do condutor. Mais do que acabar com sua própria vida de merda, é possível que ele conseguisse avacalhar com a minha. Nunca conheci ninguém que acreditasse na inocência de um motorista homicida, muito menos creio que seria possível não ter a vida profundamente perturbada por isso.

Infelizmente, o engraçadinho me pegou com a companhia certa, porque tão logo fiz menção de parar o carro e forçar um retorno, me lembrei de quem estava ao meu lado. Tivesse sozinho ou acompanhado de outro BAGACEIRO, caro suicida filho de uma puta, teria voltado e te agarrado pela cabeça, batendo tua cara e teus dentes no asfalto até tu aprender que, sim, o absurdo é infalível e sempre nos surpreende, mas às vezes ele pode ser um pouco menos engraçadinho. E pra tu aprender que da próxima seria melhor brincar de pendurar uma corda no teto, colocar o teu pescoço no laço e dançar sobre uma mesa, porque eu não me importo nem um pouco com o lixo de pessoa que tu é e menos ainda com a pocaria da tua vida, mas apenas não quero ser o avalista do teu desfecho patético e muito menos quero ter minha vida estragada por uma flash mob de uma bicha histérica numa noite qualquer de uma porra de ano qualquer. Desgraçado.

2 Comments:

Blogger hulia says said...

hahahahaha.
que gente emo.

10:24 AM  
Blogger Unknown said...

É pela possibilidade de casos assim que estou pensando em não dar mais carona para a minha namorada. Aí poderia COMPLETAR O SERVIÇO, fudhgudgs.

11:50 AM  

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