Tosa

Meu cabelo andava realmente obsceno. Geralmente não me importo com isso, mas a existência de um grotesco mullet e a obrigação de usar um troço gosmento qualquer para deixá-lo não tão agressivo aos olhos alheios me levaram a ir numa cabelereira aqui perto, implorar para que fizesse qualquer coisa.

A mulher trabalha na própria casa. Quando cheguei, estava fazendo faxina. Ficou assutada e disse que só atende mulheres, me atendendo apenas quando disse que uma dessas mulheres é a minha mãe. Em seguida, me mandou entrar e deu umas revistas coms uns imbecis fazendo caras e bocas. - Escolhe um aí - me disse. Eu tinha levado o meu irmão para mostrar o cabelo dele, que ela mesmo tinha cortado. Disse que queria daquele jeito, mas um pouco maior.

Após me pentear, ela simplesmente me colocou uma capa, pegou uma tesoura e começou a cortar alucinadamente. Parecia não seguir nenhum método. Segurava meu cabelo acima da cabeça e passava a tesoura de forma indiscriminada. No final, o corte ficou totalmente diferente do que eu queria e, pelo que vi na sua expressão, até do que ela tentou fazer. Mas estava decente, até mesmo bom. - Daqui uns vinte dias tu vai gostar - ela me disse. Boa pessoa.