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Para afugentar demônios, eis que traço alguns planos aparentemente sem sentido algum. Improváveis e de difícil execução. Mas é preciso forjar algum objetivo quando se faz parte da disforme massa de desempregados e do contingente pouco menor que praticamente não tem esperança de arranjar uma atividade remunerada.

Portanto, estou cavocando incomodação para as próximas semanas com a intenção de lançar uma versão impressa do Impedimento, uma edição especial para a Copa da Alemanha. Alguns amigos se propuseram a colaborar - e lhes serei grato por qalquer contribuição -, mas farei de qualquer jeito: acompanhado, sozinho, bêbado ou morto. Tornou-se uma questão de sanidade mental.

Além disso, tento não me sentir tão inútil e programo uma rotina cada vez mais árdua quanto a leituras, escrivinhações, filmes e passeios aleatórios. Tem sido agradável e produtivo. Também tenho a convicção de que eu deveria ser pago pelo governo para me divertir, pois dá um trabalho dos diabos ficar bebendo como um cavalo e pernoitando em bares.

Aliás, esse sentimento de suposta inutilidade está totalmente ligado a ganhar dinheiro. Eu não teria o menor remorso em viver sem trabalho fixo se tivesse o bolso medianamente forrado. Como não é essa a situação, alguma culpa surge quando não estou tentando obter lucros.