Momento Casemiro de Abreu
Todos os anos, na época em que os dias começam a ficar quentes e ensolarados, lembro da doce rotina dos maloqueiros de 16 anos. Há uma década, no período que abrange os meses de outubro a fevereiro, eu não costumava vijar ao litoral, não viajava para lugar nenhum. Minha rotina consistia em ir ao colégio pela manhã, voltar pra casa e ficar vagabundeando até quatro da tarde. Nessa altura do dia, com o sol fritando os miolos, começava a movimentação para o campinho de futebol, onde hoje existe uma vila de traficantes. Geralmente, os jogos de bola estendiam-se até enquanto se enxergasse a bola. Quatro horas dedicada ao ESPORTE e, mais incrível, nenhuma lesão, nenhum cansaço, apesar te todos os jogadores serem bandidos - alguns literalmente.
De volta para casa, tomava um banho e colocava uma CALÇA LARGA. Voltava para rua e ficava bebendo cachaça com FANTA em uma construção. Juntava sempre uns vinte bagaceiros, que ficavam ofendendo-se e escutando Racionais e Rap Brasil. No início da madrugada, voltávamos para casa, loucos que chegasse o outro dia para repetirmos tudo novamente. Aos sábados e domingos, a rotina sofria poucas alterações, às vezes pintava uma cerveja para refrescar a alma. Por incrível que pareça, isso podia ser chamado de felicidade.
De volta para casa, tomava um banho e colocava uma CALÇA LARGA. Voltava para rua e ficava bebendo cachaça com FANTA em uma construção. Juntava sempre uns vinte bagaceiros, que ficavam ofendendo-se e escutando Racionais e Rap Brasil. No início da madrugada, voltávamos para casa, loucos que chegasse o outro dia para repetirmos tudo novamente. Aos sábados e domingos, a rotina sofria poucas alterações, às vezes pintava uma cerveja para refrescar a alma. Por incrível que pareça, isso podia ser chamado de felicidade.
4 Comments:
Quase exatamente igual, aqui.
Na minha rua, voltávamos do colégio e nos encontrávamos às 14. A gente comprava uma garrafa de Fruki 600ml e um pacote de Trakinas por cabeça e ficava vagabundenado até o fim da tarde.
Meia hora depois, todo mundo se encontrava no CAMPINHO (de areião) pra jogar bola até umas 21h. Não sei porque a gente não jogava de dia, já que o poste de luz quase nunca funcionava, fazendo que passássemos horas MARRETEANDO COM FERROS tudo que tivesse em volta. Em vão, tentando fazer a lâmpada acender.
No fim-de-semana, era igual. Com o diferencial que comprávamos uma 7 Campos e uma Coca pra fazer um SAMBA e rolar nas ribanceiras perto da cancha. Ouvindo Rap Brasil e Racionais, também.
NENHUMA FESTA e NENHUMA MULHER até os 16 anos. Só aba-retice. E como era massa.
O mais próximo que eu cheguei de solvente foi vendê-lo. ashdgah
Eu não tinha absolutamente nenhum projeto a não ser beber todos os dias, aproveitando aquelas primeiras impressões tão deliciosas que o consumo inicial do álcool provoca, aquela dormência.
melhor do que trabalhar hj, vivendo como escravo fingindo que é gente de verdade.
Desculpe o comentário em post tão antigo. Tô lendo os posts antigos, um a um. É, não tem o que fazer hj aqui nesse trabalho.
E outra: tamanha homenagem à aba-retice não dá pra passar batida. Chamou forte na nostalgia.
Um brinde de pinga e fanta ao seu texto.
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