Tuesday, September 27, 2005

Esquizofrenia

Fui submetido a linchamento público, diz José Dirceu

O deputado José Dirceu (PT-SP) disse nesta terça-feira que foi submetido a um "linchamento público" ao ser acusado de ser o chefe do esquema do "mensalão".

Em sua apresentação, o deputado afirmou que o processo que vem enfrentando é político e que envolve as eleições de 2006. "Estou vivendo um processo político e estou cada vez mais convencido da minha inocência", declarou logo no início da sua explanação.

Como diabos alguém pode estar CADA VEZ MAIS CONVENCIDO DA SUA INOCÊNCIA? Tu sabe a priori se é culpado ou não, se fez ou não fez. Não dá para dizer que antes eu era um pouquinho culpado, agora sou um baluarte da correção e da ética.

Falcatrua na arbitragem

É impossível imaginar que esse escândalo de manipulação de resultados do Campeonato Brasileiro envolva apenas o malandro do Edilson Pereira de Carvalho e o empresário Nagib Fayad, o GIBÃO. Até agora, levando-se em consideração que o juiz apitou 11 partidas, está sendo ventilada a possibilidade de anulação de jogos, mas eu quero ver como vai ficar se mais envolvidos surgirem. Vão anular 30, 40 jogos? Óbvio que não vai dar.

Devido ao clima de desconfiança que surgiu, o mais correto seria quebrar o sigilo bancário de todos os árbitros que comandaram jogos na Primeira Divisão. Apenas dessa forma a arbitragem continuaria tendo alguma autoridade no restante da competição. E nenhuma investigação pode deixar de avaliar o Héber Roberto Lopes. Não sei se foi cooptado pela máfia, por algum time ou federação, mas apostaria uma cerveja que ele está na gaveta.

DE CORAÇÃO, gostaria que esse episódio não significasse o "fator desgraça" que há vinte temporadas surge na trajetória do Inter, como já disse várias vezes. Pelo menos os juízes deverão ter um pouquinho mais de vergonha de roubar para o Corinthians de agora em diante.

Friday, September 23, 2005

Sin City

Vou fingir que não foi distante apenas doze metros da porta da minha casa e que não foi um tiro de 38 o que dispararam nas costas de um cara, às 11 horas da manhã. Também quero acreditar que as dezenas de pessoas que se reuniram em volta estavam apenas olhando algo incomum, um baú pirata cheio de ouro, sei lá.

Thursday, September 22, 2005

Ah, eu sou cardíaco!

Novamente, o Inter venceu no sufoco. Dessa vez foi 2 a 1 contra o Fortaleza, que não perdia há dois meses no Castelão. Além de ter um time ajustado, a equipe cearense joga num clima infernal, com um gramado pesado. Por isso foi acertada a estratégia de Muricy de colocar a equipe no ataque no primeiro tempo, já que na segunda etapa a partida inevitavelmente seria desgastante. Líder, agora três pontos na frente do segundo colocado, a menos que o Corinthians vença o Atlético hoje, o que é bem provável que aconteça.

Agora é a hora de ver se o grupo aparece. Fernandão, Iarley e Vinícius lesionados. Ricardinho tomou uma porrada na cara e afundou o maxilar. Tinga e Perdigão mais ou menos. Mas não dá nada, o que tiver que ser será. Continuo duvidando, afinal tudo está bom demais.

Wednesday, September 21, 2005

Festança gaudéria

Como não ter algum respeito por um povo que promoveu uma carnificina motivada pelo CHARQUE e que situa todo o seu UNIVERSO CULTURAL em torno da CARNE VERMELHA?

Friday, September 16, 2005

Ontem o Inter venceu o Rosario, hoje o Grêmio segura o rosário e reza a oração inteira

Com o perdão do trocadilho. Realmente, não consegui me controlar. Mas o fato é que o Inter obteve uma grande vitória no estádio Gigante de Arroyito, embora não tenha feito uma partida maravilhosa. Mas importa é que jogou como esses jogos devem ser jogados. Destaque para a defesa vermelha, que finalmente teve um bom desempenho. Outro jogador que ninguém lembrou ainda foi o centroavante Gustavo, que venceu todos as bolas altas na intermediária e, por mais absurdo que possa parecer, num jogo desses isso faz muita diferença.

De resto, ficou uma certeza: os argentinos que gritam lá são muito mais apaixonados que seus seguidores da Azenha. É muito massa ver aqueles estádios apertados urrando o tempo inteiro, confere o toque trágico que o futebol deveria sempre apresentar. Alegria, arrebatamento, dúvida, dor. São uns carpideiros, esses argentinos. E isso é um elogio.

Não custa lembrar ainda que ontem (15/9) foi aniversário do Grêmio, motivo de muitas alegrias vermelhas. Mais do que isso, é necessário recordar que há um ano foi disputado um Gre-Nal válido pela mesma Sul-Americana, justamente no aniversário de 101 anos dos tricolores. O Inter ganhou por 2 a 0 e poderia ter feito 6 a 0, nunca havia presenciado tal superioridade em um clássico. No final, a torcida colorada cantou um inusitado "parabéns a você". Inesquecível, em suma.

Thursday, September 15, 2005

Porto Alegre Em Cena

A Aline e eu estávamos parados, olhando para o saguão da Casa de Cultura Mário Quintana.

Aline: Aquilo ali é uma peça?

Douglas: Não, apenas umas crianças sem noção atirando-se no chão.

Em tempos de intervenção, arte minimalista pode ser um anão enrolando um cigarro de palha no meio da rua.

Wednesday, September 14, 2005

O maravilhoso mundo da bola

No ranking de seleções da Fifa, Togo subiu quatro posições e está em 54º lugar. É nóis, Menezes. A Holanda alcançou a segunda colocação, ultrapassando a Argentina. Apesar de Robinho, o Brasil lidera.

O gerente de futebol do Bayern München, Uli Hoeness, afirmou que teme o "amor demais" que existe entre os jogadores do seu elenco. "Um bom espírito de equipe é ótimo e eu sou uma pessoa que gosta de uma atmosfera harmônica. Mas é um perigo se eles se abraçam a todo momento. No momento, há amor demais no grupo." Gerindo clubes da quarta divisão argentina isso não aconteceria.

O clube Chongging Lifan, que joga aprimeira divisão da China, expulsou três jogadores por possível manipulação de resultados. "Aconteceram coisas estranhas. Tudo ia bem durante setenta ou oitenta minutos e no fim tudo se estragava. Era muito estranho", disse o presidente Mingshan Yin.

Defesa nacional

Taxista foi assassinado por soldados do Exército

Depois de ficarem cinco horas na estrada tentando, sem sucesso, carona para Itaqui, dois soldados do Exército decidiram render um taxista, matá-lo em Vitória das Missões e seguir com o carro dele para o quartel onde tiravam serviço.

O enredo macabro foi relatado por Adilson Tiago Loffler e Tierri Ivanor Mensch, ambos de 18 anos, que confessaram ter degolado Pedro Lopes da Silva, 50 anos. O corpo de Silva foi encontrado na manhã de segunda-feira, com um corte no pescoço, os pés e as mãos amarrados e a boca tapada com fita.

Tá. O negócio está tomando contornos surreais. Vou ali no armazém ver quanto custa o pacote de bom senso.

Tuesday, September 13, 2005

"Uma esmola, Giro, nada mais do que uma esmola"

Uma das coisas mais tristes que li ultimamente foi o pequeno conto "A Felicidade e a Lei", de Giuseppe Tomasi Di Lampedusa, que faz parte da também pequena coletânea Histórias Sicilianas.

Adiantarei apenas que a história envolve um contador todo desgraçado e um panetone gigante. Essa preciosidade me chegou às mãos por empréstimo do gentil Menezes.

As outras duas histórias - O Senador e a Sereia e O Novo-Rico e os Velhos Senhores - também são excelentes. Muito agradável o estilo desse carcamano. Aproveitarei para ler O Leopardo na seqüência.

Monday, September 12, 2005

Mesmo título do post anterior

Assim como disse que o Inter amassou o Flamengo e mereceu ganhar, não conquistando a vitória apenas devido a uma falha individual do Clemer, é necessário salientar as dificuldades que a equipe de Muricy enfrentou ao vencer o Figueirense por 3 a 0. No primeiro tempo, as melhores chances foram dos catarinas. Por incrível que pareça, Edmundo ainda joga bastante. O Inter reagiu apenas depois de uns trinta minutos. É preciso dizer ainda que o goleiro colorado foi o nome do jogo ou, pelo menos, dessa parte da partida.

O que mudou o andamento das coisas foi a entrada do meio-campo Ricardinho para ajudar na articulação do time. Esse jogador é extremamente habilidoso. Dias atrás, já entrara contra a Ponte Preta e depois contra o Coritiba e havia me causado boa impressão. A imprensa descuidada só notou a sua presença ontem. Mas mesmo com sua entrada, o negócio foi difícil. O Inter obteve o controle pleno do jogo apenas depois dos trinta minutos da segunda etapa. O que é indispensável dizer é que assim se fará uma campanha satisfatória no campeonato: ganhando-se as partidas em que se joga bem e aquelas em que se joga mal. O importante é somar.

Finalmente, um aviso: a cobertura da SEGUNDA DIVISÃO (e não série b, como estão insistindo em chamar) começa agora, até porque apenas nessa altura do campeonato comsegui me acostumar aos jogos nas terças e sextas, dias em que o Inter nunca precisou jogar.

Friday, September 09, 2005

Liderança do Inter é uma questão de tempo

Não sei se será campeão, mas o Inter assumirá a liderança. O jogo de ontem teve um resultado normal. Mesmo que o Flamengo seja uma bela de uma porcaria, empatar fora de casa no Campeonato Brasileiro não é um resultado catastrófico. O que gerou toda essa choradeira e certo desencanto era a possibilidade que os colorados tinham de assumir a ponta da tabela.

Durante os noventa minutos, o Inter amassou os rubro-negros, teve mais volume de jogo e criou inúmeras chances. Apesar de jogadores importantes como Jorge Wagner e Fernandão não terem conseguido um bom desempenho, a equipe de Murici foi amplamente superior ao clube com a maior torcida terceirizada do Brasil.

O que não pode passar em branco é a reincidência de Clemer em falhar nos momentos mais importantes. Sei que ele não é unanimidade entre os torcedores vermelhos, mas estava em excelente fase e sempre contou com minha admiração. O problema é que não se pode desperdiçar uma campanha por erros de um jogador. Há algumas rodadas atrás contra o Goiás, quando o Inter também lutava pela liderança, ele tomou um gol de falta do meio do campo. Mesmo gostando do Clemer, eu já teria colocado o André para guardar a meta vermelha.

O Inter, repito, jogou melhor, perdeu umas cinco chances claras. O Flamengo, que não chutou uma bola em gol, saiu na frente e dificultou as coisas, em parte porque está desesperado para não ser rebaixado. Mas tudo isso é do campeonato. Não se pode negar que os colorados estão fazendo uma boa campanha, nem mesmo esses cronistas fatalistas e histéricos que baseiam suas posições em resultados.

PS: esse post é uma homenagem ao notório colorado e apreciador de bebidas fortes Hermano Freitas, aniversariante do dia de ontem. Minha intenção era escrever o texto baseado em uma vitória, mas caso exista algum resquício de tristeza no semblante do querido teuto-colorado, é só fazer assim: lembre-se do Grêmio, que amanhã pega o MARÍLIA.

Thursday, September 08, 2005

Não te meto a faca de nojo

Por volta de 1894, eram abundantes os salões de dança populares na cidade de Nova York. Eastman foi o encarregado de um deles, para manter a ordem. A lenda conta que o empresário não o quis atender e que Monk demonstrou sua sagacidade demolindo com fragor o par de gigantes que detinha o emprego. Exerceu-o até 1899, temido e só.

Para cada pendenciador que serenava, fazia com a faca uma marca na maça brutal. Certa noite, uma calva resplandecente que reclinava sobre um bock de cerveja chamou-lhe a atenção, e a fez desmaiar com uma pancada. "Faltava-me uma marca para cinqüenta!", exclamou depois.

[Jorge Luis Borges, História Universal da Infâmia, O provedor de iniqüidades Monk Eastman. Editora Globo, 2001]

Muito boa essa coletânea de textos que o castelhano europeu escreveu para o suplemento Revista Multicolor de los Sábados do jornal Crítica, entre 1933 e 1934. Borges reinventa casos conhecidos de crimes, assassinatos, roubos, mentiras e similares. Isso foi antes de suas obras mais famosas, como Ficções e O Aleph, portanto os textos ainda não carregam a responsabilidade de um escritor consagrado, mas apenas a vontade intelectual de tripudiar da humanidade.

Embora todas as histórias mereçam ser lidas, O provedor de iniqüidades Monk Eastman, que fala de um dos maiores criminosos de Nova York, Homem da esquina rosada e O assassino desinteressado Bill Harrigan, na qual são narradas façanhas de Billy the Kid, são imperdíveis.

Monday, September 05, 2005

Prendam o Robinho

Filho mata pai por não assistir a jogo da Seleção

Melhor notícia de todos os tempos. O cara explodiria a cidade caso o jogo valesse algumas coisa.

Thursday, September 01, 2005

Soco na cara e vaga garantida

O diferencial que fez com que o Inter empatasse em um gol no Morumbi e chegasse à fase internacional da Copa Sul-Americana não foi o bom futebol que o time jogou contra o tricolor das elites. Não foi nem a insistência em igualar o resultado num campo alagado, com falta de energia elétrica e um tal de campeão da Libertadores jogando na sua casa.

O que realmente determinou o triunfo colorado foi um lance acontecido no meio do primeiro tempo. Uma bola alta no meio do campo, o zagueiro Índio e Christian - aquele que rebaixa os times - sobem para disputar a jogada. Quando os dois estão descendo, o defensor colorado desfere um soco na orelha do camisa nove dos paulistas. Foi daqueles mata-cobras de bêbado ou de guri brigando na escola. Estica-se o braço para a lateral e, após fazer um rápido semicírculo, despeja-se toda a força no alvo.

Poderia ter sido expulso? Sem dúvida. O Índio é um grande jogador? Não, não está nem perto disso. Mas é louco, completamente louco. Foi mandado embora do Palmeiras porque conversava com as chuteiras. Mas tornou-se o emblema da classificação porque de zagueiros que afinam quando mais se precisa e que jogam sem gana de destroçar o adversário eu e mais alguns milhões de rubros já estamos cansados.

Aula de dignidade

Momento de mudança
Patrola ligado na CPI

Que ninguém espere do regueiro Armandinho uma canção sobre a crise política do país, como fizeram Titãs, Tom Zé e Ana Carolina recentemente. De Santa Catarina, onde mora, por telefone, ele conta que não pretende chamar a atenção dos fãs para o tema. Ainda que desapontado com o rumo do governo do presidente que ajudou a eleger, o músico avisa que prefere falar de amor.

Zero Hora - Você tem acompanhado a confusão em Brasília?
Armandinho - Sim, claro. É só o que a gente vê, né? Acho ótimo que os meios de comunicação resolveram mostrar tudo.
ZH - Você vê algo de positivo na crise?
Armandinho - O positivo é que algo mudou. Até a natureza dá sinais de revolta, mas o principal furacão é essa história do governo. Fui um dos que votou no Lula e não tenho vergonha disso. Estou muito desapontado. Fico preocupado porque a memória do brasileiro é curta. Me preocupa a banalização da corrupção e da mentira, e que isso acabe se refletindo no comportamento dos jovens.
ZH - Como você espera que tudo isso acabe?
Armandinho - Há um cavalo encilhado para o Brasil montar e recuperar a dignidade. Se não aproveitar, aí deu.

A equipe de Patrola, aquele caderno de duas páginas dedicado ao que se entende como "jovem" - gostar de reggae, fumar maconha, falar como um demente, ser surfista e antitabagista são características fundamentais -, está coletando opiniões de pessoas com influência sobre o público adolescente a respeito da atual crise política.

Eu proponho que o Armandinho seja investigado por uma CPI.